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CESARE BATTISTI

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ÚLTIMO PRESO POLÍTICO NO BRASIL

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Lula manda Gilmar Dantas(foto) passear


Lula aguarda acórdão do STF para decidir sobre extradição do italiano Cesare Battisti

por Priscilla Mazenotti - da Agência Brasil


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vai decidir a situação do italiano Cesare Battisti assim que receber o acórdão do Supremo Tribunal Federal, que decidiu pela extradição do ativista.

Lula disse que vai tomar a melhor decisão para o país independente do entendimento do STF de que o presidente poderá ser responsabilizado caso não acompanhe a decisão da Suprema Corte. “Não me importa o que disse o STF. Ele teve a chance de fazer e fez. Eu não dei palpite. A decisão é minha. Até lá não tenho comentários a fazer”, disse.

Cezare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos ocorridos entre 1977 e 1979. O governo italiano pediu a extradição de Battisti depois que ele foi preso no Brasil em março de 2007. Desde então, está na Penitenciária de Brasília. O Supremo decidiu pela extradição de Battisti. Cabe agora ao presidente Lula confirmar ou rejeitar a decisão.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Dalmo Dallari: Extradição de Cesare Battisti é INCONSTITUCIONAL



Para o jurista e professor Dalmo Dallari (foto), a Constituição Brasileira se sobrepõe a "...acordos e tratados que forem celebrados por qualquer membro do governo brasileiro, pois nenhuma autoridade pode celebrar validamente um acordo ou assinar um tratado..." que venham a contrariar a ordem constitucional do país.

O renomado jurista refuta, de forma categórica, a validade da ideia de que "...membros do governo italiano e alguns brasileiros a eles submissos [pretendam] que, ao decidir sobre o pedido de extradição do italiano Cesare Battisti, o tratado de extradição assinado pelos governos do Brasil e da Itália prevaleça sobre a Constituição brasileira".

Leiamos o que nos diz Dalmo Dallari sobre o inquestionável ordenamento jurídico que afirma ser A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA SOBERANA:

********************

Dalmo Dallari*, no Jornal do Brasil

RIO - No Estado democrático de direito, como é o Brasil, a Constituição é o conjunto normativo superior, que rege todos os atos jurídicos que forem praticados por qualquer autoridade ou qualquer órgão público brasileiro. Isso tem aplicação tanto para atos que sejam praticados e produzam efeitos no âmbito nacional, quanto [para] atos de qualquer natureza praticados num foro internacional ou para produzirem efeitos além das fronteiras nacionais.

A Constituição brasileira é superior aos acordos e tratados que forem celebrados por qualquer membro do governo brasileiro, pois nenhuma autoridade pode celebrar validamente um acordo ou assinar um tratado que seja contrário a alguma disposição da Constituição brasileira.

É oportuno lembrar e ressaltar a superioridade da Constituição brasileira, neste momento em que membros do governo italiano e alguns brasileiros a eles submissos pretendem que ao decidir sobre o pedido de extradição do italiano Cesare Battisti o tratado de extradição assinado pelos governos do Brasil e da Itália prevaleça sobre a Constituição brasileira.

Essa tentativa de fazer prevalecer a vontade do governo italiano sobre a vontade do povo brasileiro, consagrada na Constituição, já foi externada e repelida várias vezes e agora tomou novo alento porque o ministro Eros Grau, dando maior precisão ao voto proferido no julgamento do pedido de extradição de Battisti, esclareceu o que quis dizer quando falou em decisão discricionária do presidente.

Externando o que, para as pessoas bem informadas e de boa-fé, era óbvio, disse agora o eminente ministro que jamais teve a intenção de afirmar que o presidente da República poderá decidir arbitrariamente, mas deverá fundar-se na Constituição.

Assim, pois, o ministro Eros Grau não modificou o seu voto, mas apenas explicitou o óbvio: na decisão sobre o pedido de extradição, que é de sua competência privativa, como diz a Constituição e foi reafirmado pelo Supremo Tribunal Federal, o presidente da República deverá ter em conta o que determina a Constituição brasileira.

O exame de todos os elementos jurídicos envolvidos nas circunstâncias de fato e nos processos judiciais relativos ao caso Battisti e ao pedido de sua extradição leva necessariamente à conclusão de que o pedido de extradição não poderá ser atendido pelo governo brasileiro, devendo, portanto, ser recusado pelo presidente da República, pela existência de claros obstáculos constitucionais ao atendimento do pedido.

Com efeito, está expresso nos autos do processo em que Cesare Battisti foi condenado na Itália que ele foi acusado de ter praticado atos que configuram, ao mesmo tempo, “homicídio e subversão”. Não se diz, no processo, que esses crimes foram praticados autonomamente, mas, ao contrário disso, afirma-se que os mesmos atos configuraram os dois crimes.

Ora, se os atos foram praticados na Itália e as autoridades italianas os qualificaram como crime político, a eventual opinião divergente dos tribunais brasileiros não tem força jurídica para modificar a qualificação dada pela Justiça italiana.

Deixando de lado, neste momento, o fato de que jamais se comprovou que Battisti tenha, efetivamente, cometido qualquer homicídio e que a acusação baseou-se exclusivamente numa delação premiada, o dado essencial é que as próprias autoridades italianas afirmam o caráter político das ações de que Battisti foi acusado, pois subversão é crime político, na Itália e no Brasil.

Ora, a Constituição brasileira diz expressamente, no artigo 5º, inciso LII, que “não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião”. Só isso já torna inconstitucional a extradição de Cesare Battisti. Outro obstáculo constitucional intransponível é o fato de que a Constituição brasileira, pelo mesmo artigo 5º, no inciso XLVII, dispõe que “não haverá pena de caráter perpétuo”. Ora, o tribunal italiano que julgou Battisti condenou-o à pena de prisão perpétua.

Essa decisão transitou em julgado, e o governo italiano não tem competência jurídica para alterá-la, para impor uma pena mais branda, como vem sendo sugerido por membros daquele governo. A Constituição da Itália consagra a separação dos Poderes e assim como o presidente da República do Brasil está obrigado a obedecer a Constituição brasileira o mesmo se aplica ao governo da Itália, em relação à Constituição italiana.

Em conclusão, no desempenho de sua atribuição constitucional privativa o presidente Lula deverá decidir sobre o pedido de extradição de Cesare Battisti. E respeitando as disposições da Constituição brasileira, como é seu dever, deverá negar o atendimento do pedido, pela existência de impedimento constitucional.

*Dalmo Dallari é professor e jurista.

do Blog Vi o Mundo

Do Blog Terra Brasilis

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

CASO BATTISTI: NOVO FACTÓIDE VISA PRESSIONAR LULA


Frenesi na internet: o que estarão tramando os linchadores de Cesare Battisti agora?

Foi o que me perguntaram, preocupadíssimos, vários companheiros, abarrotando minha caixa de mensagens.

Respondo: em termos práticos, o quadro em nada mudou.

Não confiem na imprensa burguesa. Ela mente, como sempre, a serviço dos reacionários daqui e da Itália. Não se vexa de priorizar os interesses de uma nação estrangeira, tomando partido contra a soberania e a dignidade nacional.

O que houve foi o seguinte:
  • já no julgamento, depois de perderem a terceira votação, os ministros linchadores do STF fizeram forte pressão sobre Eros Grau, tentando forçá-lo a alterar seu voto, ao que ele respondeu, irritado, que votava exatamente como seus colegas Carmen Lúcia, Ayres Britto, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio de Mello;
  • o advogado brasileiro que defende a causa italiana (desconsiderando as pressões exorbitantes e afirmações arrogantes com que aquela nação reagira à decisão legítima do Governo do seu país) apresentou questão de ordem, solicitando o esclarecimento do voto de Grau;
  • até as pedras sabem que a Itália jamais deveria ser admitida como parte de um processo desses no Brasil, mas a dupla linchadora Mendes/Peluso lhe concede, desde o início, a TUTELA de todos os trâmites, de forma que, mais uma vez, acolheu-se uma exigência descabida italiana;
  • aí, sabe-se lá por quais meios, Grau foi convencido a voltar atrás, não votando mais exatamente como seus quatro colegas, e sim num meio termo (Lula é mesmo quem dá a decisão final, mas levando em conta o tratado de extradição existente entre Brasil e Itália).
No próprio julgamento, Grau discorrera sobre a redação imprecisa dos termos desse acordo. Segundo ele, o presidente da República, em última análise, pode seguir à vontade sua convicção íntima, desde que contemple uma das sete possibilidades que vedam a extradição.

Ou seja, se Lula acreditar que Battisti corre perigo na Itália, não precisará provar, basta ser este seu entendimento.

Motivos para recusar a extradição, aliás, ele tem aos montes, sendo estes os mais fortes:
  • o serviço secreto do Exército italiano já conspirou para sequestrar Battisti no exterior (em 2004), só não o fazendo porque os mercenários contatados discordaram da quantia oferecida, tendo a tramóia vazado depois para a imprensa;
  • já insinuaram represálias os carcereiros (o sindicato de marieschalli de Udine e de Milão, e a federação de carcereiros da Itália);
  • ministros italianos, idem (tanto o da Defesa Ignázio La Russa, que é neofascista convicto e enfrentou Battisti em manifestações de rua nos anos de chumbo, quanto o da Justiça Clemente Mastella, que, segundo o Corriere della Sera, afirmou a vítimas da ultraesquerda que estava mentindo -- “f...endo os brasileiros” -- ao prometer a redução da pena de Battisti para viabilizar a extradição, pois, uma vez entregue, “o palhaço vai ficar na cadeia a vida toda”);
  • as seções especiais de isolamento da Itália provocaram 62 suicídios de presos submetidos a tais rigores carcerários só nos 10 primeiros meses de 2009, sendo 13 de presos políticos que se suicidaram desde 1974, além da morte suspeita de alguns outros (por negligência e falta de cuidados médicos).
Quanto à possibilidade de que a Itália conteste mais uma decisão soberana do Governo brasileiro, aproveitando a cabeça-de-ponte que instalou no STF, existiria de qualquer maneira.

Mas, o mandato do ultradireitista Gilmar Mendes como presidente do Supremo vai só até abril de 2010. É impensável que o substituto proceda de forma tão incompatível com suas funções, pois seria a pá de cal na credibilidade do STF. Tudo leva a crer que a tônica da próxima gestão será o resgate da liturgia da mais alta corte do Judiciário.

VIRADA DE MESA

Tudo isso considerado, para que serviu, afinal, a decisão ridícula de mudar a proclamação do resultado?

Como bem notou o ministro Marco Aurélio de Mello, tratou-se de uma virada de mesa:
“Não se pode reabrir o julgamento, ainda que se tenha um conflito entre fundamentos e dispositivos. A segurança jurídica é básica no Estado democrático de Direito. Não podemos ficar depois de um julgamento reabrindo em sessões subsequentes o que assentado de forma correta ou não pelo plenário".
Trocando em miúdos, o trâmite deveria ter sido o de sempre:
  • proclamado o resultado no final do julgamento, o relator redige a ementa e a envia aos ministros;
  • se um(ns) deles considera(m) que algo não está de acordo com o que se passou em plenário (tanto em relação ao próprio voto quanto ao conjunto dos trabalhos), manifesta(m) sua discordância;
  • o relator refaz o texto e submete a nova apreciação, até que se chegue a uma forma satisfatória para todos;
  • o acórdão é publicado.
Então, depois de resolver apreciar um caso que, segundo a Lei vigente e a jurisprudência consolidada em vários processos anteriores, já havia sido decidido pelo Governo brasileiro, o STF inovou mais uma vez, proclamando agora o que só deveria constar (se constasse) do acórdão.

Qual o motivo de mais essa virada de mesa?

Simples: fornecer munição propagandística para a imprensa conivente, de forma a intensificar a pressão sobre Lula.

O temor real da Itália & serviçais é de que o presidente, honrando a soberania nacional e sua própria biografia, liberte Battisti por motivos humanitários neste Natal.

Para precaver-se, criaram mais um factóide, evidenciando a extrema importância que conferem ao Caso Battisti.

En passant, desmentiram novamente a si próprios: não fossem políticas suas motivações, estariam perdendo tanto tempo, ultrapassando de forma tão grosseira os limites diplomáticos (o embaixador da Itália acaba até de ameaçar o presidente Lula com um impeachment!!!) e mobilizando recursos tão abundantes e sonantes?

Então, faço minha a sugestão de Carlos Lungarzo, da Anistia Internacional dos EUA:
“...a solução é a idéia dada há alguns meses por Rui Martins. Lula deve assumir sua condição legítima de presidente plebiscitado e dar indulto e asilo a Battisti. O STF poderá pedir seu julgamento. Eu me pergunto: pensamos que povo é tão ingênuo que vai trocar o maior período de bem estar da história do país, o ponto mais alto da economia e das relações sociais brasileiras, para satisfazer uma coisa que não entendem: um obscuro impeachment promovido por forças repulsivas?”
Vale dizer que fui o primeiro a rejeitar a proposta de Rui Martins no início do ano, por considerar que pareceria uma afronta ao Judiciário, dando munição ao inimigo.

Ao longo de 2009, entretanto, os linchadores do STF se desmoralizaram de tal maneira que não resta nenhuma dúvida, para os cidadãos isentos e dotados de espírito de Justiça, de que os trâmites deste caso estão sendo totalmente anômalos, de uma parcialidade extrema.

O presidente Lula tem poder para dar fim a uma terrível injustiça: a manutenção de um homem como preso político num país que não mais admite prisões por motivos políticos.

Então, encerro com um apelo, que é o dos melhores brasileiros: Presidente Lula, liberte Cesare Battisti já!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O CASO CESARE BATTISTI

O CASO CESARE BATTISTI



Laerte Braga


O embaixador da Itália no Brasil, representante do principal acionista do STF BERLUSCONI INC, disse a jornalistas que a “empresa” que representa, a Itália (latifúndio do banqueiro Sílvio Berlusconi), pode exigir que o presidente do Brasil seja processado no Senado por crime de responsabilidade caso decida não entregar Battisti aos seus carrascos.

Sessenta e um presos políticos "suicidaram-se" em prisões italianas, só neste ano de 2009, por conta dos maus tratos, das péssimas condições carcerárias, absoluta falta de respeito aos direitos humanos, lembrando os piores tempos do fascismo de Mussolini.

Ao contrário das festas com prostitutas nos palácios do banqueiro proprietário da antiga república italiana, os presos por crimes de opinião são tratados como animais. Fosse vivo o jurista Sobral Pinto iria requerer ao STF tratamento compatível com o que diz a Sociedade Internacional de Proteção aos Animais, como o fez em relação a Luís Carlos Prestes nas prisões da ditadura Vargas, levando em conta que nenhum direito do preso era respeitado.

O governo Berlusconi é uma ditadura fascista e o embaixador da Itália no Brasil é apenas alguém que entra com fundos pela porta dos fundos do gabinete do ministro presidente do STF BERLUSCONI INC (acumula a presidência do STF DANTAS INC LTD). Trata-se da execrável figura de Gilmar Mendes.

A alegação do representante da empresa Itália é que existe um tratado de extradição entre o Brasil e a extinta república e Lula não pode se eximir de entregar Battisti, ainda que o direito de decidir seja seu. O parceiro de Gilmar Mendes e Cezar Peluzzo (de dupla nacionalidade, brasileira e italiana) esquece-se que o tratado fala em motivo justificado para recusar a extradição. E com um país, a Itália. Não existe mais, é só uma grande fazenda de Berlusconi.

As condições em que vivem os presos políticos italianos em cárceres e masmorras da propriedade de Sílvio Berlusconi, por si só, são mais que motivo justificado para que Battisti não seja extraditado. E existem muitos outros.

Em dois de novembro deste ano o jornal LA REPUBBLICA, falando do"suicídio" da prisioneira Diana Blefari Melazzi, afirma que a despeito da necessidade de tratamento médico especializado, foi mantida em solitária, negado a ela qualquer direito básico, fundamental e vai mais além, acentuando que fosse uma prisioneira por crime comum teria sido tratada normalmente. Como presa política foi largada à sua própria sorte e terminou "suicidando"-se.

O ministro Marco Aurélio Mello ao tomar conhecimento do pleito do empregado de Berlusconi disse que o que “a Itália pretende é uma virada de mesa”. Baseia-se numa firula jurídica, o voto do ministro Eros Grau, que dá ao presidente o direito de decidir, mas obrigaria o presidente a cumprir o tratado. É necessário repetir que pelo tratado Lula pode negar a extradição, ou conceder asilo se for o caso, levando em conta motivos justificados.

E o fato principal. O tratado foi firmado com o governo de uma república, a Itália. Está extinta hoje. É apenas uma grande propriedade, espécie de balneário do banqueiro Sílvio Berlusconi.

A Europa, aliás, como um todo, vive um processo de decadência e extinção. Os produtores do BB da Alemanha, diante dos baixos índices de audiência do bordel televisivo resolveram colocar uma atriz pornô em companhia de um brother num quarto da casa alemã, isolar os demais e gravar as cenas de sexo explícito entre o casal. A justificativa é que se tratava de atender a um “clamor público”.

Está formado um novo Eixo, dessa vez sem o Japão, mas com a Grã Bretanha.

Deixa a GLOBO saber disso. Vai montar a casa num dos palácios de Berlusconi com direito a sessão de fotos na revista CARAS.

A pretensão do funcionário de Berlusconi é pura arrogância, tentativa de coação do governo brasileiro, presunção de ter recebido o espírito de Calígula ou Nero, caso de imediata expulsão do suposto diplomata de nosso País, afinal, pelo menos até que se prove o contrário isso não é nem casa da mãe Joana, ou do pai Serra, é Brasil ainda, não conseguiram até agora mudar para BRAZIL.

O capataz que nominalmente responde pelo que ainda chamam de Ministério da Justiça da extinta Itália, Angelino Alfano, confrontado com o número de "suicídios " nas prisões italianas, as más condições, desumanas dos presídios, tratou de tirar o corpo fora, só cuida de agenciar as participantes das “reuniões” nos palácios de Berlusconi e liberar os fundos para as portas dos fundos de Gilmar Mendes e quejandos, a responsabilidade pelos suicídios é do “poder judiciário”. Segundo o cafetão, quer dizer, ministro.

Com a goela maior sua competência, o ministro italiano Cezar Peluzzo, animado com a nova contenda a partir da porta dos fundos já disse que se Lula negar é preciso estudar o assunto.

A escola tucano/DEM prospera risonha e franca, no quem pagou passou, quer dizer, quem paga está solto (Daniel Dantas) e quem não paga fica preso (Cesare Battisti). A lei para essa turma está no tamanho da mala e no conteúdo.




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Comitê de Apoio aos refugiados Políticos: "OUTRO "suicidio" nas prisões italianas. PQ?


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Comitê de apoio a refugiados Políticos: Mais um "suicidio" nas prisões italianas.
Caro Min. Tarso,
As prisões da Itália parecem até as das ditaduras latino-americanas dos anos 60-70.
Sua ação como Ministro da Justiça brasileira é essencial para o caso de Battisti!
Todo o nosso apoio.
Abraços, boas Festas!
Marcos Arruda - PACS






Comitê de Apoio aos Refugiados Políticos – CARP – Rio de Janeiro

Mais um suicídio de preso político nas prisões italianas! Por quê?

Na Itália, nos primeiros dez meses deste ano, 61 presos optaram pelo suicídio no lugar de ficar nas “seções especiais de isolamento” que os Tribunais impõem através do artigo 41Bis a todos os presos considerados “perigosos”. Agora o 62º suicídio por enforcamento foi da militante das Brigadas Vermelhas, Diana Blefari Melazzi, (38), por não agüentar mais o sistemático isolamento, após seis anos e meio de prisão.

Apesar do que foi veiculado na revista Carta Capital (a mando do então Sub-Secretario das Relações Exteriores italiano, Donato di Santo e de então embaixador italiano, Valensise) para os terroristas o 41Bis é obrigatório e a cadeia perpetua (ergástulo) é mantida para todos os presos políticos que não colaboraram durante as investigações.

Para Diana Blefari Melazzi (38) o suicídio por enforcamento foi a trágica saída do regime de isolamento especial. Presa em 2003 e condenada à prisão perpétua em 2005, a ex-brigatista Diana Blefari Melazzi começou logo a manifestar “problemas psicofísicos tanto que nos últimos quatros anos foi submetida a 30 perícias psiquiátricas, além de várias “medicações” no hospital psiquiátrico penitenciário de Montelupo Fiorentino, depois na prisão de Sollicciano, na penitenciária de L’Aquila e por último no complexo penitenciário de Roma (cárcere de Rebibbia).

Seus advogados e os familiares pediam, apenas, uma transferência para uma clínica psiquiátrica onde fazer um tratamento específico e, uma vez curada, voltar para a penitenciária. Pediam, também, que em função de sua doença lhe fosse retirado o 41Bis, isto é, o isolamento nas seções especiais para “terroristas”.

Após o suicídio da ex-brigatista, Luigi Manconi, Sub-Secretário de Justiça do anterior governo de centro-esquerda, declarou ao jornal La Repubblica “No meu tempo foram feitas dezenas de perícias psiquiátricas, segundo as quais resultou, sem nenhuma dúvida, que a Blefari sofria com graves distúrbios mentais. Mesmo assim a magistratura nunca quis tomar conta disso”.

O atual ministro da Justiça do governo Berlusconi, Angelino Alfano, após o anúncio do suicídio declarou em conferência de imprensa que “... A estabelecer que Diana Blefari Melazzi pudesse suportar a prisão, mesmo tendo em conta seu estado psicofísico, foram os magistrados do Tribunal, visto que não é o ministro que decide quem deve ficar ou não nas prisões”. (no jornal Il Messaggero, 02/11/2009)

Por isso, Caterina Calia e Valerio Spigorelli, os advogados da brigatista Diana Blefari Melazzi, no dia 02 de Novembro convocaram uma conferência de imprensa para denunciar que “... Diana Blefari Melazzi não foi tratada porque era uma terrorista das Brigadas Vermelhas: e foi por isso que ela chegou facilmente ao suicídio, sem alguma intervenção por parte do tribunal e das autoridades penitenciárias. Se ela fosse acusada de crimes comuns, certamente teria sido tratada, mas por ser acusada de terrorismo, prevaleceu a tendência do Estado de optar pelo poder da punição esquecendo o direito de salvar uma pessoa”. (jornal La Repubblica 02/11/2009)

Os advogados, diante dos jornalistas, acusaram o sistema judiciário e penitenciário italiano de ter implementado, desde 1978, um regime de isolamento especial para os presos políticos que prevê uma destruição psicofísica, sobretudo, no caso daqueles que não colaboraram com os investigadores. De fato, o suicídio da brigatista aconteceu 15 dias após o interrogatório dos agentes da polícia política DIGOS, na prisão Rebibbia. Será apenas uma casualidade?

O regime especial do 41Bis não provocou apenas o suicídio de Diana Blefari Melazzi. Desde 1974 até hoje foram registrados 13 “suicídios” de presos políticos (Bruno Valli, 1974; Lorenzo Bortoli, 1981; Francesco Berardi, 1979; Eduardo Arnaldi, 1980; Marino Pallotto, 1980; Alberto Buonoconto, 1980; Manfredi De Stefano, 1984; Dario Bertagna, Mario Scrocca, 1987; Claudio Carbone, 1993; Edoardo Massari, 1998; Maria Soledad Rosas, 1998). Sem considerar os outros presos políticos que morreram por “causas naturais”, apesar de seus advogados dizerem que isto aconteceu por falta de tratamento médico nas prisões especiais onde estavam, como resultou evidente nos casos de Fabrizio Pelli (leucemia) e Nicola Giancola (enfarte).

Diferentemente do juiz Franco Ionta, responsável do DAP (Departamento Penitenciário), Angiolo Marroni, responsável da situação dos presos na região Lazio sublinha “...Ninguém quis tomar conta do caso, de fato em 2007 foi lançado o alarme quando eu denunciei que a condição física da Blefari havia piorado tornando-se um sujeito esquizofrênico e inabilitado psiquicamente”. (tradução do jornal La Repubblica de 02/11/2009) .

O suicídio anunciado de Diana Blefari Melazzi obriga a fazer uma reflexão sobre o suicídio anunciado de Cesare Battisti. De fato, por uma vez, apenas uma vez é necessário perguntar: se as prisões italianas são assim rósea e humanitárias, tal como foram apresentadas por um ex-juiz brasileiro, por que nos últimos nove anos registraram mais de 510 suicídios por enforcamento nas prisões italianas?

Se os presos políticos (não arrependidos) e condenados a prisão perpétua teriam possibilidade de sair em apenas 12 anos, tal como escreveu o comentarista de Carta Capital, porque a cada ano se registra o suicídio de um ou dois deles?

Será que tudo isso é casual? Ou será que a condenação à cadeia perpétua, associada ao isolamento especial do 41Bis, é, ainda, a “solução ideal” para provocar a destruição psíquica e a auto-eliminação dos antigos inimigos do Estado?

CARP
Comitê de Apoio aos Refugiados Políticos

Enviado por Marcos Arruda

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Personalidades apoiam Battisti




Personalidades apóiam Battisti
Publicado em 09/12/2009 por Ana Helena Tavares
http://quemtemmedodolula.wordpress.com/2009/12/09/personalidades-apoiam-battisti/

Na foto (do site G1), Battisti aparece com alguns deputados e senadores que, a exemplo de diversas personalidades do mundo, também apóiam sua liberdade

Personalidades apóiam Battisti

Por Carlos Alberto Lungarzo

No site Petition on Line, onde colocamos há poucos dias uma petição dirigida ao presidente Lula para conceder asilo sob responsabilidade presidencial a Cesare Battisti, e rejeitar energicamente as insultuosas e prepotentes exigências do neofascismo italiano, estamos tendo um número de respostas bastante satisfatório. No momento em que comecei a escrever esta matéria estávamos atingindo as 1.500 assinaturas, mas ainda não enviamos informação a mais de 80% de nossas listas. Os leitores que desejem participar, por favor, abram a página:

http://www..petitiononline.com/mod_perl/signed.cgi?btstlng

Todas as assinaturas são de pessoas que defendem os Direitos Humanos, abominam das vendettas e outras formas de ódio e procuram um mundo da paz e tolerância. A ideologia específica é irrelevante. Por isso, todas essas assinaturas são igualmente valiosas. Entretanto, algumas possuem, inevitavelmente, mais impacto do que outras, porque a sociedade está organizada de maneira hierárquica e as opiniões de algumas pessoas são mais valorizadas do que outras.

Sobre este ponto, lembro de uma observação feita em julho de por José Saramago, que se prontificou generosamente a fazer parte de um grupo de notáveis em defesa de jovens presos políticos argentinos, vítimas da brutalidade do governo de Fernando de la Rua.

Saramago dirigiu uma nota ao presidente onde começava dizendo que sua opinião não era mais valiosa que outras, mas que a fama o tornava um portavoz mais ouvido. Por isso, quando falamos das personalidades que apóiam a Cesare Battisti, não queremos dizer que elas sejam mais importantes que as pessoas comuns. Apenas, que causam mais impacto.

Ontem recebemos a assinatura de dois escritores franceses muito conhecidos: Marc Dugain e Daniel Pennac. Daniel está inclusive escrevendo uma carta a Lula em defesa de Battisti que será entregue em data próxima.

Dugain, de origem francesa, nasceu em Senegal em 1957, e ficou conhecido por romances onde descreve personagens muito variados, alguns deles modelando figuras reais, como Stalin e o antigo chefe do FBI, Hoover. Seu primeiro grande romance, escrito em data relativamente recente (1999) foi A Casa dos Oficiais, onde descreve, de maneira sóbria e realista, o drama de um oficial mutilado durante a primeira guerra mundial. Marc recebeu uns 20 prêmios literários importantes, incluindo o prêmio dos livreiros, o Deux-Magots e o Roger Nimier. Nos últimos 8 anos tem publicado 5 romances.

Daniel Pennac, também de origem francesa, nasceu em 1944 em Casablanca. É conhecido não apenas por seus romances para adultos, como também por sua autobiografia e por numerosos romances para crianças, dos quais um dos mais famosos é Au Bonheur des Ogres, traduzido ao inglês como Scapegoat (Bode Expiatório).

Entre os prêmios ganhados por ele estão Prix du Livre Inter, o prêmio Marsh por literatura infantil em tradução ao inglês, e o Prêmio Renaudot. Recebeu em 2008 o Grand Prix Metrople Blue, pela totalidade de sua obra.

Todas as pessoas que gostam de cinema e que nasceram antes de 1960 assistiram a algum filme de Jeanne Moreau (Paris, 1928). Desde seu primeiro filme em 1953, acumulou numerosos prêmios e foi dirigida por alguns grandes diretores como Michelangelo Antonioni, François Truffaut, François Ozon, Louis Malle e Orson Welles.

Além de ser uma das figuras mais talentosas do cinema europeu do imediato pós-guerra ocidental (junto com Liv Ullmann, Vanesa Redgrave e outras poucas), Jeanne representou o primeiro grande desafio (fora dos países escandinavos) ao puritanismo sexual da época. Ela estrelou os primeiros filmes de qualidade artística com profunda carga erótica (diferentemente do caso de Brigitte Bardot, cujo erotismo é mais festivo), numa saga que começou com Os Amantes, de Louis Malle.

Ontem, Jeanne assinou nossa petição com o número 1120.

A luta pelos Direitos Humanos impõe às vezes alguns sacrifícios, como estar perto de figuras sinistras e trevosas, mas também oferece muitas recompensas. Além de conhecer pessoas corajosas e solidárias, nos aproxima do talento e da beleza.

Colaboração enviada por Carlos Alberto Lungarzo, membro da Anistia Internacional e escritor. Autor do livro “Os Cenários Invisíveis do Caso Battisti”. Para fazer o download de um resumo do livro, feito e disponibilizado pelo próprio autor, clique aqui.

Carta de rui Martins a Mino Carta Sobre Battisti

09/12/2009

CARTA AO MINO. Num editorial na revista Carta Capital, Mino Carta chega a elogiar Gilmar Mendes em sua obsessão contra Cesare Battisti. É estranho ver Mino Carta como um kamikase.
CARTA AO MINO

Rui Martins


Berna (Suiça) - Faz alguns meses, fui ao seu blog e contestei seus argumentos contrários ao Cesare Battisti. Não entendia como um jornalista do seu porte cedesse sua revista Carta Capital para um Walter Fanganiello publicar inverdades, distorcer fatos e procurasse assim influenciar seus leitores, geralmente de esquerda, a fim de não apoiarem a campanha em favor de Cesare Battisti.

Passaram-se alguns meses, a revista Caros Amigos, o jornal Brasil de Fato e numerosos líderes de esquerda mostraram seu apoio a Battisti até o epílogo do 5 a 4 pelo STF, repudiado por todos. Exceto por você, por sua revista, pelo Fanganiello, que chegam ao absurdo de elogiar Gilmar Mendes, presidente do STF e levantar um hipótese absurda - a da Itália mover ação contra Lula, se ele rejeitar a extradição de Battisti.

Tenho acompanhado a campanha do ex-preso político Celso Lungaretti em favor de Battisti e um de seus últimos textos conta justamente como um seu editorial elogia Gilmar e Peluzo, numa contradição com suas antigas posições. Fui ler na Carta Capital online seu editorial, achei estranha sua insistência em malhar alguém mantido de maneira praticamente ilegal na prisão, desde a concessão do refúgio pelo ministro Tarso Genro, e curioso li os comentários de seus leitores ali postados.

E é por isso que lhe escrevo. Naquela centena ou mais de comentários há quase uma unanimidade de reprovação. Alguns amigavelmente lhe pedem para acabar com essa fixação, outros desconfiam do que existe por trás de tanto desejo de vingança, ainda outros colocam em dúvida o mental de um jornalista geralmente brilhante ou se reportam ao tempo de sua amizade com os Mesquitas para colocar em dúvida sua sinceridade na luta contra os militares.

É quase um linchamento. E é estranho para todos nós, que acompanhamos a trajetória do Mino Carta, vê-lo se submeter de própria vontade, como um kamikase, ao pelourinho diante dos leitores lúcidos, que escapam ao pensamento único das outras revistas. Por que tanta insistência em querer ver a desgraça de Cesare Battisti ? Por que Mino Carta ?

Por que tentar atacar as pessoas que voluntariamente, com prejuízo do seu tempo, do seu trabalho, de sua família, têm dedicado horas e horas para escrever, manifestar, argumentar em favor de Cesare Battisti ? Por que atacar Fred Vargas que, revoltada contra a injustiça a Battisti, vem batalhando em seu favor desde a quebra do seu refúgio por Jacques Chirac e sua busca e prisão no Brasil a mando de Sarkozi ?

Por que sua revista insinuou que Fred Vargas viajava ao Brasil com passagens de Suplicy ? quando todos sabem, na França, que ela se tornou a escritora de maior sucesso de romances policiais, com milhões de livros vendidos e traduzidos em todo o mundo. Com essa fortuna inesperada, contava ela ao jornal Le Figaro, decidiu dar apoio com advogados e assistência ao seu conhecido e amigo escritor, também de romances policiais.

Por que tal acusação com o objetivo de comprometer seu apoio a Cesare Battisti ? Por que chamá-la agora de Ninfa Egéria, a viúva chorona do rei romano Numa Pompílio, quando Fred é conhecida pela sua firmeza, força e combatividade ?

Por que insinuar que a Itália poderia entrar com novo mandado de segurança contra o Brasil, se o presidente Lula rejeitar a extradição e a sugestão do STF ? Será que você e Fanganiello pensam realmente ser o Brasil uma Abissínia, sujeita aos humores de Roma ?

Diante das atuais acusações de comprometimento de Berlusconi com a Cosa Nostra, dos atos racistas dos líderes fascistas e separatistas da Liga do Norte, ainda será possível se dizer ser a Justiça italiana, que se adapta ao sabor de Berlusconi, superior àquela chefiada pelo ministro Tarso Genro ?

Como afirmar haver segurança nas jaulas italianas, se os suicídios e mortes suspeitas de presidiários se sucedem na Itália ? Como insistir com essa mentira, se organizações fascistas já deram o recado de que esperam a chegada de Battisti para uma liquidação sumária ?

Qual o combustível que move sua insistência e obsessão, a ponto de se desacreditar diante de seus fãs, de seus leitores e de comprometer a credibilidade de sua revista ? Existe algum pacto, trato, obrigação com a Itália, com o governo Berlusconi, que desconhecemos ?

Faz algum tempo, seu blog foi desativada por sua decisão não devidamente explicada, parece também ser o momento de voltar a se dedicar só à pintura, por amor dos leitores e de sua revista, senão vão pensar que está indo para a nova Veja, não aquela de sua época.

Não era minha intenção voltar a lhe escrever, mas foi sua insistência em atacar Battisti, que me obrigou,

Cordialmente, Rui Martins.

sábado, 5 de dezembro de 2009

BERLUSCONI PROVA DO PRÓPRIO VENENO - O BERLUSCONI... É COSA NOSTRA...


BERLUSCONI PROVA DO PRÓPRIO VENENO
Celso Lungaretti (*)

Montagem italiana: Berlusconi
é um dos bons companheiros?



O Governo Berlusconi gasta rios de dinheiro e pressiona com extrema prepotência as autoridades de outros países, no afã de fazer cumprir uma sentença contra o escritor Cesare Battisti baseada quase exclusivamente nos depoimentos suspeitíssimos de delatores premiados.


Se a palavra de arrependidos merece tanto crédito quanto a tábua dos dez mandamentos, então o premiê Silvio Berlusconi deve ser imediatamente destituído do cargo e conduzido à prisão.

Motivo: o ex-mafioso Gaspare Spatuzza, que colabora com a Justiça há cerca de um ano, acusou nesta sexta-feira (4) Berlusconi e o senador siciliano Marcello Dell'Utri de terem dado cobertura política ao chefão Giuseppe Graviano na década passada. O depoimento foi prestado em audiência pública na cidade italiana de Turim.

Na condição de capo da Cosa Nostra (a Máfia siciliana), Graviano ordenou o atentado contra o juiz Paolo Borsellino, assassinado juntamente com seus cinco seguranças (1992), bem como ataques a museus e instalações culturais que causaram pânico em Florença, Roma e Milão (1993).

Só na explosão de uma bomba em Florença foram mortas cinco pessoas, inclusive uma criança.

"Eles deixaram a cidade em nossas mãos", teria comentado Graviano em 1994, referindo-se a Berlusconi e Dell'Utri.

O segundo já foi sentenciado a nove anos de prisão por associação mafiosa, mas recorreu.

"Berlusconi bem poderia explicar aos italianos por que (...) manteve a seu lado pessoas como Dell'Utri, condenado por delitos mafiosos em primeira instância", desafiou Antonio di Pietro, dirigente do partido Itália dos Valores. Berlusconi e Dell'Utri são amigos de longa data e cofundadores do partido Forza Italia.

O premiê, entretanto, parece mais preocupado em intimidar artistas cujas obras enfocam o crime organizado: há uma semana jurou estrangular, caso os encontre, o autor de uma série televisiva de grande audiência e os escritores que escrevem livros sobre a Máfia, "dando uma imagem ruim da Itália para o mundo"...


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* Jornalista e escritor, mantém os blogues
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/
http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/

Nota NT: Parodiando SS:
" O Berlusconi ... É COSA NOSTRA"

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

PETIÇÃO FICA BATISTTI - CONCLAMAÇÃO para SOBERANIA do Brasil

COMPANHEIROS E AMIGOS,

VOU ACRESCENTAR UMAS BREVES PALAVRAS SOBRE A OPORTUNA INICIATIVA DO LÚCIDO E INCANSÁVEL CARLOS LUNGARZO, QUE LANÇOU UMA PETIÇÃO PARA REALMENTE FAZER A DIFERENÇA NA ETAPA DECISIVA DO CASO BATTISTI.

PELOS VALORES DE MINHA GERAÇÃO, O DEVER DA SOLIDARIEDADE, EM SI, ERA MOTIVAÇÃO SUFICIENTE PARA QUAISQUER ESFORÇOS DESENVOLVIDOS EM PROL DOS COMPANHEIROS EM APUROS.

HOJE NEM TODOS VÊEM AS COISAS ASSIM. MAS, É IMPORTANTE ATENTARMOS PARA ALGUMAS PARTICULARIDADES DESTE CASO:

- NÃO É APENAS A LIBERDADE E, EM ÚLTIMA ANÁLISE, A VIDA DE UM IDEALISTA QUE ESTÁ EM JOGO, MAS TAMBÉM A SINA DE MUITOS OUTROS PERSEGUIDOS POLÍTICOS QUE SERIAM PREJUDICADOS CASO HOUVESSE UM RETROCESSO, EM ESCALA INTERNACIONAL, NO ENFOQUE DO ASILO POLÍTICO E DO REFÚGIO HUMANITÁRIO;

- O OBJETIVO ÚLTIMO DO PRESIDENTE DO STF GILMAR MENDES, SEM CUJA TENDENCIOSIDADE O ESCRITOR CESARE BATTISTI ESTARIA LIVRE E EM PAZ DESDE JANEIRO, É FAZER DESTE PROCESSO UM PRECEDENTE PARA QUE, NUM SEGUNDO MOMENTO, PASSEM A SER ENQUADRADOS COMO CRIMES COMUNS TODOS OS ATOS VIOLENTOS PRATICADOS POR RESISTENTES AO ENFRENTAREM DITADURAS;

- TRATA-SE TAMBÉM DE UM BALÃO DE ENSAIO INTERNACIONAL, NO SENTIDO DE CRIMINALIZAREM-SE E INTIMIDAREM-SE CADA VEZ MAIS OS MOVIMENTOS SOCIAIS E CONTESTATÓRIOS.

ADEMAIS, OU ESMAGAMOS O OVO DA SERPENTE AGORA, OU A DIREITA BRASILEIRA SAIRÁ FORTALECIDA EM SUA EVIDENTE INTENÇÃO DE ENFRAQUECER O PODER EXECUTIVO MEDIANTE A USURPAÇÃO DE SUAS PRERROGATIVAS POR PARTE DO STF.

TRATA-SE DE UMA ALTERNATIVA ARDILOSA À POPULARIDADE DE LULA, QUE PODERÁ DESEMBOCAR NUM CONFRONTO ENTRE PODERES, DE CONSEQUÊNCIAS IMPREVISÍVEIS.

ENTÃO, A PARADA É BEM ALTA: NÃO APENAS SALVARMOS UM INOCENTE QUE QUEREM TRANSFORMAR EM BODE EXPIATÓRIO E DARMOS UMA RESPOSTA ALTANEIRA ÀS ARROGANTES PRESSÕES DO GOVERNO BERLUSCONI, MAS ABORTARMOS UMA TENTATIVA TRESLOUCADA DA DIREITA PARA TUMULTUAR O ANO ELEITORAL.

POR TUDO ISSO, ESTÁ CERTÍSSIMO O LUNGARZO EM NOS CONCLAMAR A DARMOS UMA REAL DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA, COLHENDO DESTA VEZ UM NÚMERO VERDADEIRAMENTE SIGNIFICATIVO DE ASSINATURAS, CAPAZ DE IMPRESSIONAR E DESESTIMULAR OS NEOFASCISTAS.

MÃOS À OBRA!

CELSO LUNGARETTI




Abaixo conclamação de Carlos Lungarzo



Queridos Amigos:
Está publicado no site PETITION ON LINE, um texto no qual se pede ao presidente Lula para dar asilo presidencial a Battisti, e rejeitar as pressões de todos os inimigos dos Direitos Humanos.

Pedimos que vocês assinem essas petição, e enviem cópia desta mensagem a TODAS AS REDES SOCIAIS e pessoas que vocês conheçam e que possam assinar.

Para assinar, faça assim.

PRIMEIRO PASSO

Abra o site, clicando neste link

http://www.petitiononline.com/mod_perl/petition-sign.cgi?btstlng

Quando abrir, você verá um painel com um título central, em letras brancas sobre fundo cinza, que diz:

Asilo Presidencial para Battisti

Tem uma linha, acima, à esquerda, onde diz: “We endorse the Asile...”, que contém um link.

Na segunda linha, centrada, há um link que diz
:

Read the Asilo Presidencial para Battisti Petition



SEGUNDO PASSO

Qualquer um dos dois links serve, mas é natural que você queira ler antes de assinar. Então clique neste último link

Read the Asilo Presidencial para Battisti Petition (leia a petição Asilo presidencial para Battisti).

A petição está em português.

(Ignore um painel inferior que diz “name” e “comments”. Esse erro do sistema não afeta sua assinatura.)



TERCEIRO PASSO

Clicando “Read The Asilo” você abre a carta. Aí pode ler a petição.



QUARTO PASSO

Acima, depois do título, há dois links centrados:

View Current Signatures - Sign the Petition

(Veja as assinaturas atuais – Assine a Petição)

Se você está de acordo com a petição clique: Sign the Petition



QUINTO PASSO

Aparece um formulário com seu nome, e-mail e um lugar para comentário.

Se você tiver tempo, gostaríamos de um comentário dando enérgico apoio ao direito de asilo e ao Battisti.

Preencha, por favor, o formulário



SEXTO PASSO

Escolha sua opção de privacidade





SÉTIMO PASSO

Em baixo tem um botão retangular que diz:

VEJA PRIMEIRO SUA ASSINATURA (PREVIEW YOUR SIGNATURE)

Clique aí para ver como ficou.



OITAVO PASSO

Se está conforme com a forma em que ficou sua assinatura, clique no botão retangular em baixo:

APPROVE SIGNATURE (Aprove a assinatura)



PRONTO! Você receberá um e-mail de Petition on Line, informando que sua assinatura foi registrada. Nesse painel que você usou, encontrará links que lhe permitem ver quantas assinaturas há. Você pode consultar isso a qualquer momento.

Abraços, muito obrigados. Estamos contribuindo a salvar uma vida, a fazer uma humanidade melhor, a combater a intolerância e a brutalidade.

Sucesso para todos nós

Celso Lungaretti & Carlos Alberto Lungarzo

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

OPERAÇÃO GLADIO - O PANO DE FUNDO do CASO BATISTTE - O ATAQUE DO IMPERIO a NUESTRA AMERICA -

OPERAÇÃO GADIO - O ATAQUE DO IMPERIO a NUESTRA AMERICA - Explicando as ditaduras sofridas

Caros

Depois de ter iniciado o desenvolvimento de um artigo que viesse a esclarecer a todos
a importancia do pano de fundo do Caso Battisti
, que foi a Operação Gladio no ocidente a partir da Segunda Guerra Mundial, encontrei o trabalho já feito, o que apenas me deu o trabalho de traduzi-lo à noite até ha pouco.
Poderia adicionar alguns outros detalhes importantes mas o tempo nos é exíguo para que chegue às mãos dos Ministros do Supremo e às suas para que repassem de imediato a fim de fazermos uso dessa matéria importantissima.
Infelizmente os e-mails dos Ministros Gilmar Mendes (o principal) Ayres Britto, Cesar Peluso e Ricardo Lewandowski me foram passados errado. Se puderem chegar às suas mãos ficariamos muito gratos.
Abraços Marcos Rebello.

"Excelentíssimos Ministros

Já ha algum tempo venho participando de debates sobre esse tema, particularmente depois que o pedido de extradição de Cesare battisti pela Itália foi submetido ao Supremo Tribunal de Justiça da nação brasileira. Acabo de traduzir esse ensaio fartamente documentado (não só por jornais) que trata o mais suscintamente sobre a base daquilo que viemos a conhecer na realidade como a guerra fria no ocidente perpetrada por agentes do próprio estabelecimento politico e de inteligencia ocidentais contra as nossas sociedades.
Este é, portanto, o pano de fundo contra o qual V. Exs. estão julgando o Caso Battisti.
Conclui-se que pela extradição de Cesare Battisti a Itália em vez de darmos início à resolução das atrocidades cometidas pelos serviços de inteligencia ocidentais operando particularmente na Itália e no Brasil durante a decada de 70 em seu auge, estaremos falhando inequivocamente em darmos um claro sinal a esses agentes de que essas práticas não mais serão toleradas em nossos paises por serem hediondas e monstruosas transgresões aos Direitos Humanos.

É por mantermos a dignidade humana e a soberania nacional, no que concerne os nossos Direitos Humanos, que Vossas Excelencias tem a obrigação de impor e preserva-los pela simples e clara interpretação do espírito das leis no julgamento desse pedido de extradição que não procede. Porque não é um homem que está sendo julgado, mas todo um sistema de terror a que todo o mundo ocidental tem sido vítima como pretexto de, por controle estatal repressivo e violento, submeter centenas de milhões de seres humanos. Como sabemos, por já termos conhecimento de causa, não há como cesare Battisti ser julgado imparcialmente na Itália. Ele seria mais um bode expiatório no processo de encobrir aqueles que mantem o mesmo esquema politico-institucional. Atenciosamente

Marcos Rebello_- Consultor e analista Político, membro da comunidade diplomatica


Operação Gladio: Rede da CIA dos “deixados-atrás” do exército e serviços de informação secretos
SEGUE com dados e documentos: http://juntosomos-fortes.blogspot.com/
Operação Gladio: Rede da CIA dos “deixados-atrás” do exército e serviços de informação secretos
O “sacrifício” de Aldo Moro
por Andrew G. Marshall
Pela OTAN, trabalhando com várias agências de inteligência européias, a CIA construiu uma rede dos que foram deixados atrás “dos serviços secretos” responsáveis por dúzias de atrocidades terroristas através de Europa ocidental por décadas. Este relatório estará focado no exército deixado atrás na Italia, porque é o mais documentado. O nome de código era Operação Gladio, a “espada”.
Uma vista geral
A finalidade das tropas “deixadas atrás”
No inicio dos anos 50, os Estados Unidos começaram a treinar redes dos “deixados atrás” dos voluntários na Europa ocidental, de modo que no caso de uma invasão soviética, “recolhessem a inteligência, abrissem vias de fuga e formassem movimentos de resistência.” A CIA financiou e educou estes grupos, trabalhando mais tarde com unidades de inteligência militar européias ocidentais sob a coordenação de um comitê da OTAN. Em 1990, os investigadores italianos e belgas começaram pesquisar as ligações entre estes “deixados atrás dos exércitos” e a ocorrência do terrorismo na Europa ocidental por um período de 20 anos. [1]
“Exércitos secretos” ou grupos terroristas?
Estes que “permaneceram atrás” dos exércitos conspiraram, financiaram e frequentemente dirigiram organizações terroristas durante toda a Europa no que foi denominado uma “estratégia de tensão” com o alvo de impedir uma ascensão da esquerda na política européia ocidental. Os “exércitos secretos” da OTAN conduziram atividades subversivas e criminais em diversos países. Na Turquia em 1960, o deixados-atrás do exército, trabalhando com o exército turco, encenou golpes de estado e matou o primeiro ministro Adnan Menderes; na Argélia em 1961, o deixados-atrás do exército francês encenou um golpe com a CIA contra o governo francês de Argel, que eventualmente malogrou; em 1967, o exército grego deixado-atrás encenou um golpe e impôs uma ditadura militar; em 1971 na Turquia, após um golpe militar, o deixados-atrás do exército organizou “o terror doméstico” e matou centenas; em 1977 na Espanha, o deixados-atrás do exército realizou um massacre em Madrid; em 1980 na Turquia, o lider do deixados-atrás do exército encenou um golpe e tomou o poder; em 1985 em Bélgica, o deixados-atrás assassinou aleatoriamente pessoas nos supermercados, matando 28; na Suiça em 1990, o anterior líder do deixados-atrás escreveu ao departamento de defesa dos E.U. que revelaria “toda a verdade” e foi encontrado morto no dia seguinte com sua própria baioneta; e em 1995, a Inglaterra revelou que o MI6 e o SAS ajudaram na instalação dos deixados-atrás dos exércitos através de toda a Europa ocidental. [2]
O nascimento da operação Gladio
Uma “estratégia de tensão”
Em 1990, o primeiro ministro italiano confirmou que os “deixados-atrás” do exército, denominado “Gladio” (espada), existiu desde 1958, com a aprovação do governo italiano. No princípio dos anos 70, o apoio comunista na Italia começou a crescer, de maneira que o governo mudou para uma “estratégia da tensão” usando a rede do Gladio. Em 1972 durante uma reunião extremamente secreta do Gladio, um oficial sugeriu que se fizesse “um ataque preventivo” nos comunistas. Como o jornal britanico The Guardian reportou, as ligações entre o Gladio na Italia, todos os três serviços secretos italianos e a ala italiana da Loja Maçonica P2 eram muito bem documentados, porque o chefe de cada unidade da inteligência eram membros da Loja P2. [3]
Preparando a rede
Em 1949, a CIA ajudou a instalação da unidade de inteligência secreta italiana das forças armadas, nomeada SIFAR, provida com parte do pessoal de antigos membros da polícia secreta de Mussolini. Mais tarde o nome mudou para SID. Na final da Segunda Guerra Mundial , um antigo colaborador nazista, Licio Gelli, estava prestes a ser executado por suas atividades durante a guerra, mas negociou pela vida juntando-se ao corpo de contra-informação do exército dos EUA. Nos anos 50, Gelli foi recrutado pela SIFAR. Gelli era tambem um dos líderes da Loja Maçonica P2 na Italia e, em 1969, desenvolveu laços intimos com o general Alexander Haig, que era então assistente do Conselheiro de Segurança Nacional Henry Kissinger. Através desta rede, Gelli transformou-se no principal intermediário entre a CIA e o Geral De Lorenzo, chefe da SID. [4]
Gladio cria a “tensão”
A Gladio foi envolvida nos silenciosos golpes de estado da Italia, quando o general Giovanni de Lorenzo forçou os ministros socialistas italianos a deixar o governo. [5] Em 12 de dezembro de 1969, uma bomba explode no banco agrário nacional, matando 17 pessoas e ferindo outras 88. Nessa mesma tarde, mais três bombas explodem em Roma e em Milão. A inteligência dos E.U. era informada com antecedencia sobre os atentados, mas não informava as autoridades italianas. [6] Em 2000, um antigo General do Serviço Secreto Italiano afirmou que a CIA “deu sua tácita aprovação a uma série de atentados à bomba na Italia nos anos 60 e nos anos 70.” [7] Estabeleceu-se que os atentados tinham ligações a dois neo-fascistas e a um agente do SID. [8]
Em depoimento em tribunal durante julgamento de quatro homens acusados da participação em atentados à bomba em bancos durante 1969 em Milão, o general Gianadelio Maletti, anterior líder da contra-informação militar de 1971 a 1975, indicou que sua unidade descobriu evidência de que os explosivos foram fornecidos pela Alemanha a um grupo terrorista italiano de direita, e que a inteligência dos E.U. pode ter ajudado na transferência dos explosivos. Foi dito que ele declarou que a CIA, “seguindo as diretrizes orientadoras de seu governo, quis criar um nacionalismo italiano capaz de sustar o que foi considerado como uma guinada à esquerda e, com esta finalidade, pode ter sido empregado terrorismo de direita,” e que, “eu acredito isso foi o que tambem aconteceu em outros países. ” [9]
O Relatório
O governo italiano liberou um relatório de 300 páginas em operações da Gladio na Italia em 2000, documentando conexões com os Estados Unidos. Declararam que os E.U. eram responsáveis por inspirar uma “estratégia da tensão.” No examinar o porque aqueles que cometeram os atentados à bomba na Italia foram raramente apreendidos, o relatório disse, “aqueles massacres, aquelas bombas, aquelas ações militares tinham sido organizadas ou promovidas ou apoiadas por homens dentro das instituições italianas do estado e, como foi descoberto, pelos homens ligados às estruturas da inteligência dos Estados Unidos. ” [10]
As Brigadas Vermelhas
As Brigadas Vermelhas eram uma organização italiana de esquerda terrorista formada em 1970. Em 1974, os fundadores das Brigadas Vermelhas Renato Curcio e Alberto Franceschini foram apreendidos. Alberto Franceschini acusou mais tarde um membro superior das Brigadas Vermelhas, Mario Moretti, de delatá-los, e que ambos Moretti e um outro membro principal das Brigadas Vermelas, Giovanni Senzani, eram espiões para os serviços secretos italiano e dos E.U. [11] Moretti subiu no poder das Brigadas Vermelhas em conseqüência da apreensão dos dois fundadores.
As Brigadas Vermelhas e a CIA
As Brigadas Bermelhas trabalharam em comum acordo com escola de línguas Hyperion em Paris, fundada por Corrado Simioni, por Duccio Berio e por Mario Moretti. Corrado Simoni havia trabalhado para o CIA na Radio Free Europe, Duccio Berio havia fornecido à SID italiana informações de grupos esquerdistas, e Mario Moretti, àparte de ser acusado pelos fundadores das Brigadas Vermelhas como sendo um agente da inteligência, igualmente aconteceu ser o arquiteto e o assassino do primeiro ministro italiano anterior, Aldo Moro. Em relatório polícial italiano a escola de línguas Hyperion foi referida como “o escritório mais importante da CIA na Europa. ” [12]
O assassinato de Aldo Moro
Moro faz inimigos poderosos
Aldo Moro, que serviu como Primeiro Ministro da Italia de 1963 até 1968 e mais tarde, de 1973 até 1976, foi sequestrado e assassinado pelas Brigadas Vermelhas em 1978, quando ainda um político proeminente no partido Democrata-Cristão. Quando foi sequestrado, Moro estava em trajeto ao Parlamento para votar na inauguração de um novo governo, que ele proprio negociou, pela primeira vez desde 1947, para ser apoiado pelo Partido Comunista Italiano (PCI). A política de Moro de trabalhar de comum acordo e de trazer os comunistas ao governo foi delatada pela URSS e pelos Estados Unidos.
A ameaça de Kissinger
Moro foi mantido sequestrado por 55 dias antes de seu assassinato. O raciocínio era para que o seu plano trouxesse o partido comunista ao governo. Quatro anos antes de sua morte, em 1974, Moro estava em uma visita como Primeiro Ministro Italiano aos Estados Unidos. En sua visita encontrou-se com o Secretário de Estado dos E.U. Henry Kissinger que disse: Moro, “você deve abandonar a sua política de trazer todas as forças políticas em seu país nessa colaboração direta… ou você pagará caro por ela. ” [13]
Moro “foi sacrificado”
Steve Pieczenik, um antigo negociador de refens do Departamento de Estado e entendido gerente em crises internacionais, “afirmou que teve um papel crítico no destino de Aldo Moro. Pieczenik disse que Moro “tinha sido sacrificado” para “a estabilidade” da Italia. Ele tinha sido enviado a Italia pelo presidente Jimmy Carter no dia do sequestro de Moro para ser parte de um comitê sobre a crise, da qual disse: “foi criada repentinamente pelo temor de que Moro revelasse segredos de estado na tentativa de se livrar.” A ação tomada pelo comitê foi a de vazar um memorando dizendo que Moro estava inoperante, e atribuir o memorando às Brigadas Vermelhas. A finalidade dessa operação era “preparar o público italiano para o pior e deixar as Brigadas Vermelhas saberem que o estado não negociaria por Moro, considerado-lhe já morto.” [14] Em um documentário no assunto, Pieczenik indica que, “A decisão foi feita na quarta semana do sequestro, quando as cartas de Moro se tornaram desesperadas e que ele estava a ponto de revelar segredos de estado,” e isso, “era uma decisão extremamente difícil, mas a pessoa que a fez no final foi o Ministro do Interior Francesco Cossiga, e, aparentemente, também o Primeiro Ministro Giulio Andreotti. ” [15]
As cartas de Moro
Entre as cartas liberadas de Moro, que as escrevia quando no cativeiro, indica que temia que uma organização secreta, com “outros serviços secretos do ocidente… pudesse estar implicada na desestabilização de nosso país.” [16] Durante sua interrogação quando no cativeiro, Moro ainda se referiu à “atividades da anti-guerrilha da OTAN.” Entretanto, as Brigadas Vermelhas não usaram esta informação, [17] talvez porque, de acordo com os fundadores das Brigadas Vermelhas, o líder da organização durante o sequestro de Moro, Mario Moretti, estava trabalhando para os serviços italiano ou de inteligência dos E.U. [18]
Jornalista independente morto pelo presidente?
Imediatamente depois da morte de Moro, o journalista italiano, Mino Pecorelli, um homem com “excelentes contatos no serviço secreto,” exprimiu sua suspeita em um artigo em 1978 no qual a morte de Moro estava ligada a Gladio, fato que não foi oficialmente reconhecido até 1990. Um ano após a morte de Moro, Pecorelli foi baleado em Roma. Disse que o sequestro de Moro foi orquestrado “por uma superpotência lúcida.” Em 2002, o sete-vezes Primeiro Ministro anterior, Giulio Andreotti, foi condenado por ter “ordenado” o assassinato de Pecorelli. [19] Pecorelli estava prestes a publicar um livro “contendo críticas prejudiciais ao [Primeiro Ministro Giulio] Andreotti pelo assassinato do líder democrata-cristão Aldo Moro. ” [20]
O atentado em Bolonha
Na manhã do 2 de agosto de 1980, a Italia experimentou seu pior ataque terrorista da historia na estação de trem de Bolonha, que matou 85 pessoas, e feriu mais de 200 outras. Foi feita uma longa e complicada investigação e, eventualmente, deu-se início a um julgamento. Em 1988, quatro terroristas de direita foram sentenciados à vida na prisão. Outros dois réus foram condenados por difamação à investigação, “Francesco Pazienza, um antigo financeiro ligado a diversos casos criminosos na Italia, e Licio Gelli, antigo grão-mestre da notória Loja Maçonica P2. ” [21] Este é o mesmo Licio Gelli que passou a ser um intermediário entre a CIA e a liderança da inteligência italiana para a rede da Gladio. Entretanto, mais tarde Gelli foi absolvido dos crimes.
Notas
[1] Bruce W. Nelan, Europe Nato's Secret Armies. Time Magazine: November 26, 1990: http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,971772,00.html 2] PHP, Secret Warfare: Operation Gladio and NATO's Stay-Behind Armies. ISN: http://translate.google.ca/translate?hl=en&sl=de&u=http://www.ethz.ch/&sa=X&oi=translate&resnum=1&ct=result&prev=/search%3Fq%3DETH%26hl%3Den%26sa%3DG [3] Ed Vulliamy, Secret agents, freemasons, fascists... and a top-level campaign of political 'destabilisation'. The Guardian: December 5, 1990:http://www.cambridgeclarion.org/press_cuttings/vinciguerra.p2.etc_graun_5dec1990.html [4] Arthur E. Rowse, GLADIO: THE SECRET U.S. WAR TO SUBVERT ITALIAN DEMOCRACY. Covert Action Quarterly: December 1994 [5] PHP, Secret Warfare: Operation Gladio and NATO's Stay-Behind Armies. ISN: http://translate.google.ca/translate?hl=en&sl=de&u=http://www.ethz.ch/&sa=X&oi=translate&resnum=1&ct=result&prev=/search%3Fq%3DETH%26hl%3Den%26sa%3DG [6] Philip Willan, US 'supported anti-left terror in Italy'. The Guardian: June 24, 2000: http://www.cambridgeclarion.org/press_cuttings/us.terrorism_graun_24jun2000.html [7] CBC, CIA knew, but didn't stop bombings in Italy - report. CBC News: August 5, 2000: http://www.cbc.ca/world/story/2000/08/05/cia000805.html [8] Peter Dale Scott, The Road to 9/11: Wealth, Empire, and the Future of America. University of California Press, 2007: page 181 [9] Philip Willan, Terrorists 'helped by CIA' to stop rise of left in Italy. The Guardian: March 26, 2001: http://www.guardian.co.uk/world/2001/mar/26/terrorism [10] Philip Willan, US 'supported anti-left terror in Italy'. The Guardian: June 24, 2000: http://www.cambridgeclarion.org/press_cuttings/us.terrorism_graun_24jun2000.html [11] Philip Willan, Infiltrators blamed for murder of Italian PM. The Guardian: April 10, 1999: http://www.guardian.co.uk/Archive/Article/0,4273,3852325,00.html [12 - 13] Arthur E. Rowse, GLADIO: THE SECRET U.S. WAR TO SUBVERT ITALIAN DEMOCRACY. Covert Action Quarterly: December 1994 [14] Malcolm Moore, US envoy admits role in Aldo Moro killing. The Telegraph: March 16, 2008: http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/1581425/US-envoy-admits-role-in-Aldo-Moro-killing.html [15] Saviona Mane, A murder still fresh. Haaretz: May 9, 2008: http://www.haaretz.com/hasen/spages/981929.html [16] Ed Vulliamy, Secret agents, freemasons, fascists... and a top-level campaign of political 'destabilisation'. The Guardian: December 5, 1990:http://www.cambridgeclarion.org/press_cuttings/vinciguerra.p2.etc_graun_5dec1990.html [17] Philip Willan, Moro's ghost haunts political life. The Guardian: May 9, 2003: http://www.guardian.co.uk/print/0,,4665179-105806,00.html [18] Philip Willan, Infiltrators blamed for murder of Italian PM. The Guardian: April 10, 1999: http://www.guardian.co.uk/Archive/Article/0,4273,3852325,00.html [19] Philip Willan, Moro's ghost haunts political life. The Guardian: May 9, 2003: http://www.guardian.co.uk/print/0,,4665179-105806,00.html [20] BBC News, Giulio Andreotti: Mr Italy. BBC: October 23, 1999: http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/483295.stm [21] AP, Four Get Life in Prison In Bombing in Bologna. The New York Times: July 12, 1988: http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=940DE0D61131F931A25754C0A96E948260
Andrew G. Marshall contribuiu para romper o consenso das alterações climáticas em um celebrado artigo em 2006 intitulado “Aquecimento Global Uma Mentira Conveniente”, em que desafiou os resultados que são a base do documentário de Al Gore. De acordo com Marshall, “assim que os povos começarem indicar que “o debate acabou”, tomem cuidado, porque a base fundamental de todas as ciências é que o debate nunca termina”. Andrew Marshall igualmente escreveu sobre a militarização da África Central, sobre questões de segurança nacional e sobre o processo de integração de America do Norte. É igualmente um contribuinte para o GeopoliticalMonitor.com para Centre for Research on Globalization (CRG) em Montreal e está estudando ciência política e história na Simon Fraser University, British Columbia.

CAXANGÁ – “...COISAS DESSA VIDA E DA OUTRA, MAS NADA DE ASSUSTAR”

CAXANGÁ – “...COISAS DESSA VIDA E DA OUTRA, MAS NADA DE ASSUSTAR”
Laerte Braga


Gilmar Mendes é desses que luta até o último centavo recebido para manter mentiras, farsas, fraudes e cumprir o seu papel de pistoleiro tucano/DEM no Supremo Tribunal Federal. No caso específico, STF DANTAS INCORPORATION LTD, ou STF BERLUSCONI INCORPORATION LTD.

Fernando Brant e Milton Nascimento são dois dos maiores nomes da música popular brasileira e latina, ultrapassam fronteiras e se espraiam/espalham pelo mundo afora. É claro, em tempos de vazio e ser objeto, gado tangido pela GLOBO e adjacências, viver e ser é exceção.

“Veja bem meu patrão como poder ser bom/você trabalharia no sol e eu tomando banho de mar/luto para viver/vivo para morrer/enquanto minha morte não vem/eu vivo de brigar contra o rei...”

A figura em epígrafe, já qualificado nos autos da História do País como arrogante, prepotente, corrupto, parte de um esquema dos grandes grupos econômicos para transformar o Brasil em colônia, disse em uma cidade do Mato Grosso, onde tem “negócios” e patente de “coronel” em Diamantino, com direito a verbas públicas para si e a família, disse repito, que o presidente Lula não pode conceder refúgio a Cesare Battisti pela simples razão que a suposta suprema corte triturou os argumentos do decreto nesse sentido do ministro da Justiça Tarso Genro.

Gilmar Mendes tentou interpretar e transformar a decisão do STF em algo favorável ao governo italiano (o embaixador do país entra em seu gabinete pela porta dos fundos), ao negar a Lula o direito de decidir, em instância final se concede ou não o refúgio.
O que o STF fez foi aceitar como procedente o pedido de extradição em votação apertada e desempatada por Gilmar (votou duas vezes, como ministro e presidente) e em seguida decidir também que compete ao presidente da República a palavra final.

Ao que parece Luís Ignácio Lula da Silva é o presidente desta República, a não ser que tenham mudado e Gilmar seja de fato a autoridade suprema, o mandatário maior. Se cabe ao chefe do Poder Executivo decidir pela extradição ou não, cabe ao chefe do Executivo aceitar ou não os argumentos da maioria (naquelas condições, Gilmar votando duas vezes) dos ministros do STF. Se Lula entender diferente o que Gilmar vai fazer?

Dar um habeas corpus a Daniel Dantas, outro a José Roberto Arruda (governador de Brasília e amigo de Gilmar pego com a boca na botija e o dinheiro no bolso), mandar prender Lula, chamar VEJA e dizer que seu gabinete está grampeado?

Arranjar mais empregos em seu instituto financiado com dinheiro público para jornalistas da GLOBO e seus comparsas do STF?

O primeiro-ministro da Itália Sílvio Berlusconi ameaçou “estrangular” o autor das sete temporadas da série THE OCTOPUS, de grande sucesso na tevê italiana e que escreve livros sobre a máfia.

“Se eu encontrar o autor das sete temporadas de THE OCTOPUS e quem escreve sobre a máfia, dando uma imagem ruim da Itália para o mundo, juro que os estrangulo”. A declaração foi feita em reunião do seu partido em Olbia, na Sardenha.

O amigo de Gilmar Mendes manda mimos pela porta dos fundos do gabinete do presidente do STF BERLUSCONI INCORPORATION LTD, está irado com as revelações que o dublê de banqueiro e primeiro-ministro teve participação nos atentados cometidos pela máfia em atentados ocorridos no ano de 1992 e 1993.

As investigações foram reabertas por conta de declarações do ex-mafioso Gaspare Spatuzza, que, entre outras coisas, disse que o intermediário entre a máfia e Berlusconi nos “negócios” e “atentados”, era Marcello Dell'Utri, principal assessor de Berlusconi, cafetão no caso das meninas nas festas palacianas, ex-senador e que começou sua vida como bancário na Sicília, indo depois para o grupo FININVEST, do primeiro-ministro.


Dell'Utri é um dos fundadores do FORZA ITALIA, movimento criado em 1994 e que lançou Berlusconi na política. Está condenado a nove anos de prisão por ligações com a COSA NOSTRA e aguarda decisão de um tribunal superior, já que apelou da sentença.

Antonio de Pietro, líder do principal partido de oposição na Itália quer explicações pormenorizadas dessa confusão toda que envolve o neo- Duce. Sugiro a Berlusconi importar Gilmar Mendes e Cezar Peluso (melhor Peluzzo?), nomeá-los ministros da suprema corte da Itália que tudo se ajeita. Peluso é só mudar para Peluzzo (acima) e já fica sobrenome italiano. Pode ser descendente e assim teria direito a cidadania naquele país. Gilmar é mais simples; a máfia fabrica uns documentos e muda para Gilmare.

De quebra o ministro monta uma filial do seu instituto de estudos de direito em Roma e leva o tal Eraldo, da GLOBO, para montar o esquema de marketing.

Giiuseppe Graviano, todo poderoso da máfia era um interlocutor poderoso também junto a Berlusconi.

Caxangá é um monte de coisas e também um jogo jogado por “escravos de Jó”, que consiste em ir trocando pedras e acertar as posições das mesmas. Quem erra está fora. No jogo tudo bem, com Gilmare as pedras são marcadas. Por outro lado é um tipo de chapéu militar e isso permite um ordinário, marche e viva Il Duce.


“Em volta do fogo todo mundo abrindo o jogo/

com tudo que tem para contar/

casos e desejos coisas dessa vida e da outra/

mas nada de assustar/

quem não é sincero sai da brincadeira correndo, pois pode se queimar...”



O governador de Brasília, José Roberto Arruda, parceiro de Gilmare no governo de FHC, comprou, literalmente, uma entrevista nas páginas amarelas de VEJA para fazer proselitismo de seu trabalho a favor do povo da capital. O fato foi denunciado por uma blogueira e a nota de empenho para pagar a entrevista, em forma de assinaturas de revistas da ABRIL, como fez e faz Serra (o comportamento é padrão das quadrilhas demotucana) cancelada às pressas, claro, o dinheiro saiu por outra rubrica.

Imagino que a glória para Gilmare Mendes seria estar na suprema corte de Honduras. As perspectivas de grandes “negócios” são imensas desde a derrubada por um golpe militar do presidente Manuel Zelaya. Golpe com aval da corte, eleições com aval da corte e agora, no final, quando a cortina ia se fechar, um impasse. Uma turna de ministros acha que houve fraude, outra acha que não e vai rolar um rio de “benesses” pelas muitas portas do fundo.

Dá até para negociar uma filial da ABRIL (VEJA) e uma concessão para a GLOBO. Logo logo arranjam um Luciano Huck para levar um mecânico e “consertar” o país. E no tal de direito comparado Gilmare é insuperável. Vai invocar jurisprudência dos tempos de Trujillo na República Dominicana, Somoza na Nicarágua, Batista em Cuba, Medice no Brasil e Pinochet no Chile, terminando com um grande encontro na Cervejaria Casa Branca, tudo com direito às Berlusconi's girls.

A propósito, uma delas escreveu um livro contando suas noites com o primeiro-ministro e que o dito não cumpriu o acordo. Pagar com um terreno em Bari para que a moça fizesse lá sua casa.

Essas coisas assustam, não têm nada a ver com aquelas histórias de assombrações em roda do fogo e no jogo de Caxangá.


E depois é só bombardear o Irã acusando-o de colocar em risco a humanidade e a paz, ou culpar o MST no Brasil por tudo que há de errado, inclusive a senadora Kátia Abreu, do partido de José Roberto Arruda e especialista em recursos públicos para campanhas eleitorais, particularmente a sua, evidente.

Xenófobos e Palafreneiros



Nativos e Imigrantes

Assim como não existe culpabilidade coletiva, tampouco existe virtude coletiva. Os povos não são pessoas, e o fato de pertencer a uma determinada cultura, país, nação, ou qualquer outro grupo que social que não implique identidade ideológica, não marca os membros desses grupos com determinados méritos ou obrigações. Por exemplo, eu não me sinto nem um pouco culpado de que meus tetravós napolitanos fossem membros da Camorra lá por 1850 e apoiaram a monarquia em Nápoles.

Entretanto, quando os governos assumem a representação do passado de seu país, devem manter o respeito com outros governos que representam ou acreditam representar gerações passadas de seus próprios países. É claro que o governo Cubano não precisa estar reconhecido ao governo americano por ter ajudado na guerra contra Espanha, porque seu objetivo foi criar um laço de dependência com a Ilha quase tão brutal como o dos espanhóis, e Cuba é agora uma sociedade nova. Quem deve agradecer é a colônia cubano-americana de Miami.

É um problema complexo a determinação de identidade entre culturas. Entre tanto, sendo que a mentalidade da direita é antropomórfica, é justo que lhe cobremos coerência. Se os britânicos se sentem identificados com seus compatriotas do passado e os americanos também, então os britânicos nacionalistas devem estar reconhecidos aos Estados Unidos que os ajudaram durante a Segunda Guerra.

No Brasil, o governo não é herdeiro das elites do passado (mesmo que tenha alguma contaminação), mas é representante de uma massa popular com identidade implícita ao longo de gerações (escravos, camponeses pobres, retirantes, favelados) unidas por causas comuns. Reivindicam o direito ao trabalho, á terra, a moradia, à comida, à educação e à saúde, e se defendem do racismo, do genocídio seletivo e da marginação.

Foi este povo que abriu espaço para que, com seu trabalho quase gratuito, e suas condições miseráveis de vida, pudessem florescer as classes médias imigratórias que surgiram nas cidades ou nas regiões mais favorecidas do campo, se miscigenando eventualmente com os pobres, mas, em geral, mantendo sua cultura fechada. Assim aconteceu com os europeus, abundantes no sul e sudeste, com alguns asiáticos de países mais desenvolvidos e com as culturas de Oriente Médio.

Alguns dos nossos ancestrais (não todos) podem ser cobrados por ter “feito América”, mesmo com seu trabalho e destreza, com base na exclusão dos nativos do Brasil. Estes poderiam ter convivido de igual para igual com os imigrantes, se tivessem recebido um trato humano e oportunidades de progresso, o que, por sinal, ainda está longe de acontecer.

Brasil e Itália

Muitos dos imigrantes italianos vinham ao Brasil fugindo da miséria criada pela apressada industrialização da Europa, os conflitos da unificação, e algumas ondas de fome. Eles foram vítimas das elites italianas e não representantes delas. Mas, uma parte significativa progrediu em território brasileiro, tornando-se, por sua vez, uma elite intermédia ou eventualmente alta, enquanto outra parte (talvez maior) se manteve em situação de dependência trabalhista, mas, mesmo assim, em melhores condições que os nativos e os portugueses pobres.

Desta segunda parte surgiram movimentos importantíssimos, como o anarquismo, diversas formas de socialismo e humanismo, e as tendências de esquerda que se combinaram com as de outros imigrantes avançados (anarquistas espanhóis e portugueses, comunistas judeus), e criaram um clima para o desenvolvimento de forças populares com ideologia própria. Por sua vez, estas pessoas se miscigenavam com pouca dificuldade, o que se adverte na existência de vários afro-descendentes com nomes de famílias europeus.

Enquanto isso, as classes médias e altas mantinham saudosamente sua conexão com a pátria, participavam às vezes dos rituais promovidos pelas embaixadas, e evitavam em geral a miscigenação com não europeus. Nos anos 30, parte expressiva da comunidade italiana importou os ressentimentos e traumas sociais de seus ancestrais e os juntou com o renascimento dos rancores belicistas do continente, ajudando de maneira preponderante a criar o fascismo brasileiro. O Integralismo foi o xodó de Mussolini, que o protegeu quando foi a parte perdedora da briga inter-fascista, e seus chefes deveram se exilar a Itália.

Para mentes minimamente esclarecidas, o valor ético das pessoas não podem ser medido por uma avaliação estatística da sua nacionalidade: isso se chama racismo ou xenofobia, tanto faz. Se Afeganistão tiver 80% de colaboradores do Talibã, isso não autoriza a chamar “terrorista” a qualquer afegão.

Mas, os setores nacionalistas acham que são portadores de certos valores “nacionais”, que, por acaso, sempre são superiores aos das outras nacionalidades. De fato, para os que estão nas antípodas do esclarecimento (fascistas, chauvinistas, classistas, racistas e outros “istas”) a melhor maneira de ofender um grupo de inimigos é ofender sua raça, sua nacionalidade, sua origem, para degradar a todos os que compartilham essas características. É uma ofensa idiota, dirigida contra uma abstração, mas produz um efeito terrível nas massas alienadas que lhes obedecem: elas começam a tomar cada membro dessa nacionalidade, raça, etc., como um inimigo.

Isto foi o que o governo, a diplomacia, a classe políticas, as elites, e parte da população média da Itália, fizeram em relação ao povo brasileiro, ou seja, ao Brasil, excluindo os brasileiros que se identificaram com seus valores revanchistas. No começo do caso Battisti (e ainda hoje), a panela delinquencial mafioso-fascista-stalinista tentou humilhar os membros do governo e da classe progressista brasileira.

O Ministro do STF Marco Aurélio de Mello encontrou 10 grupos de insultos dirigidos por aquela máfia jurídico-política aos políticos, magistrados, intelectuais, populares, e até as mulheres brasileiras. De alguns, todo mundo se lembra, de outros não, mas não vale a pena continuar lembrando aquelas baixarias. Deve-se, porém, aproveitar-se a lição por elas brindadas.

Atualmente, no site petition on line, há um abaixo assinado com mais de 500 assinaturas, exigindo a extradição de Battisti, elogiando a política genocida “antiterrorista”, afrontando de maneira irreproduzível o governo e o Ministro Tarso e, sobretudo, dando total apóio a Itália. Entre outras sandices, sugerem pedir perdão ao país do Dante, fazer autocrítica, e bobagens análogas.

Há pessoas com todo tipo de sobrenome, mas um terço ou mais parecem de origem italiana. Muitas deles devem ser jovens, de modo que os representantes da cultura italiana que conhecem são, no melhor dos casos, seus avós. Deve lembrar-se, falando neste assunto, que o embaixador italiano no Brasil tinha ficado surpreso porque a comunidade de origem italiana não reagia na defesa de “seu país”. Será que este circo do abaixo assinado de reparação é pouco? Será que pretendiam a formação de fasci de combatimento para matar membros do PT, do PDT, do PSOL e de outros?

Além da intenção agressiva, tudo isto carece de lógica. Eu nunca me perguntei que tenho a ver com meus ancestrais napolitanos que lucravam, como toda e elite da época, com a miséria dos camponeses. Mas se achasse que o fato de ter sangue peninsular nas veias é documento suficiente para me estimular uma ideologia dessa natureza, o correto seria deixar este país de sambistas e dançarinas, e me radicar em Roma, Milão ou algum outro lugar. Claro que, quando descobrissem que não era italiano, mesmo tendo sobrenome e biótipo europeu, acabaria arrebentado como quaisquer outros estrangeiros… Ora, não será que o fascismo dessa massa de linchadores vale esse sacrifício?

Na prática, os fascistas e seus admiradores, mesmo pacíficos, são as pessoas mais difíceis de recuperar (embora não seja impossível), como fico demonstrado no pós-guerra, especialmente na Alemanha e na Noruega, onde os esforços feitos para que as pessoas superassem seus traumas de guerra foram muito maiores que em outros países.

Por isso, este artigo não tem a pretensão de discutir com eles. Mas, o que vale a pena é salientar a atitude de Itamaraty, que, apesar de seu tradicional “pan-amiguismo” é pelo menos uma instituição técnica séria. O MRE não se pronunciou, que eu tenha percebido, em nenhum momento, contra as obscenidades brutais daqueles bersaglieri. Não se tratava de defender a pátria, qualquer que seja o que isso significa, mas as pessoas concretas que, como o Ministro da Justiça, adquiriam um forte compromisso de defesa dos direitos humanos, e foram alvos das baixarias dos peninsulares.

(http://www.consciencia.net/?p=1261)